terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sempre dá pra fazer melhor


O que eu acredito em relação à vida é que dá pra fazer mais e melhor. Quando era criança lia biografias, ou mesmo ficção e me inspirava na vida daquelas pessoas, "se elas conseguem, eu também posso conseguir", era o que eu pensava. E esse conseguir sempre foi no sentindo de que se as pessoas aprendem, se elas conseguem ser pessoas mais completas: felizes, inteligente, engraçadas, etc, eu também posso ser, porque nada me distingue dessas outras pessoas (biologicamente falando).


Esse considerar-se igual para buscar aprender mais, também serviu para entender as dificuldades e fraquezas das outras pessoas, é saber que eu poderia estar passando por aquilo que a outra pessoa está passando, e, ao se por no lugar dela, procurar soluções e não julgamentos.

Esse princípio de alteridade não está pautado na falta de senso crítico ou no "aceitar qualquer coisa", mas sim no embate que traz a reflexão e que, quase sempre, chega a conclusão que as diferenças estão embasadas nas visões de mundo e cultura. Contrastar para se identificar e não contrastar para se afastar.

Vejo que isso é possível. Existem milhares de pessoas inspirando outras, gerando a reflexão, o debate, ecoando esse discurso de "poderia ser você, e agora, o que vai fazer?", o sentindo na [minha] vida é fazer parte desse grupo que inspira pra mudar.


E por quê a empatia através da experiência? Porque só através da vivência que alguém pode se aproximar do outro. Falar da "fome na África"  é algo muito distante, mas se eu conseguir trazer esse discurso para perto, traçar relações, estabelecer provocações que despertem as pessoas da rotina e vejam que há muita coisa fora do dia-a-dia que ela vive, talvez eu (nós) consiga provocar mudanças.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Quem ama tem medo?

Por que a gente tem medo de escolhas? Por que pegamos uma trilha e olhamos a outra? Por que tanto medo do agora mas também do para sempre? Por que tanto medo de abandonar? De dizer nunca mais? Por que? Por que a gente é medroso assim? Por que a certeza se esvai feito um sopro? Por que tanto medo do pegar? Por que tanto medo do soltar? Por que a gente tem medo de voltar? Medo de ir? Medo de ficar? 
Medo demais de não ter como voltar. Por que a gente tem meda da presença? E medo da distância? Medo de saber? Medo de errar? Medo de ter? Medo de dar? Medo do que há por vir? Medo do que está para acabar?

Estou com medo, me abraça.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sobre o que não se fala

Maria Ana - 52 anos

Chorava em silêncio todas as vezes que o marido bêbado chegava em casa e levantava sua camisola e a forçava sussurrando em seu ouvido sem parar: é isso que uma esposa deve ao seu marido.

Luiza - 21 anos

Comemorou sua primeira promoção no trabalho com três amigas num louge tomando exatamente 3 tequilas e 4 chopps, talvez por isso tenha optado em ir a pé para o ponto de taxi que ficava há 3 quadras de onde estava. Só tarde demais ela vai perceber que passos a seguiam, a última frase que se lembra antes que sua cabeça fosse batida na parede de um beco foi "eu vi o jeito que você me olhava no bar, vadia, eu sei do que você gosta e vou te dar, sua puta". Ela não tinha ideia do que ele falava.

Eliza - 13 anos

Sentia dificuldade de se encaixar, era difícil ser o máximo que podia para ser aceita. Suas amigas todas já tinham beijado e transado e achavam que ela era muito careta, muito retardadinha. Tá esperando o que? perguntavam para ela toda a vez que Lucas, do último ano, falava que era ela era uma gostosa. Um dia mentiu em casa que ia estudar e foi para a casa dele. Transaram na cama da mãe de Lucas e ela só pensava enquanto segurava com as duas mãos suadas o lençol e os olhos bem apertados: "Por que eu não me sinto melhor?".

Jéssica - 5 anos

Gritou de dor quando sua mãe enfiou metade de um cenoura na 'florzinha' dela. Sua mãe não queria fazer dodói nela, ela sabia porque depois sua mãe a abraçou bem forte cantando aquela música de ninar, exatamente como fez nas tantas outras vezes só que com outros objetos, até que enfim se matasse aos 15 anos. Vomitou todas as vezes que via a cor laranja até então.

Bruna - 17 anos

Acordou cedo e foi para o seu primeiro dia de academia, marcou no calendário a data prazo para que perdesse os 27 quilos que queria. Que diziam que ela precisava para ficar bem. À noite foi na festa de aniversário da Laurinha. Era quase no fim da festa quando um cara se aproximou puxando ela pelo braço e passando a mão nela enquanto seus amigos a distância viam e riam. Tentou beijá-la mas ela se recusou. Ele então gritou com ela cuspindo: você deveria agradecer, sua gorda, quando uma ridícula como você vai beijar um cara como eu?



Daniela - 30 anos

Acordou ainda tonta, o olho inchado, sem entender onde estava. Ainda ficou deitada no tapete da sala muito tempo tentando se situar. Lembrou vagamente de enfiar a chave na portão e um cara surgir de trás da árvore e empurrá-la para dentro. Foi se lembrando. Conseguiu se levantar e foi cambaleando para o banheiro. Tirou o resto da blusa rasgada que ainda estava presa na cintura, a única peça de roupa no corpo. Se esfregou sem parar embaixo do chuveiro enquanto o sangue escorria entre as pernas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Beleza não é relativa - na prática

Às vezes eu lia nos textos dos blogs Biscate Social Clube ou as Blogueiras Feministas entre outros, sobre como ainda hoje a mulher tem que se submeter aos ideais masculinos, que ainda hoje o corpo feminino nada mais é que um objeto de desejo para o homem e como tanto, tem que ter o 'design' que o homem quer, mas eu não queria acreditar que era bem assim mesmo (para muitos mas não para todos).


Essa discussão ganhou mais destaque recentemente por causa da Marcha das Vadias e pelos protestos, por exemplo o da Ucrânia, que as mulheres exibiam seus seios. Muitos julgam a causa desnecessária afinal, dizem, a mulher já alcançou várias coisas e "anda até pior que os homens". Como se a perda de parâmetros demonstrasse independência e maturidade sexual. E claro, não é dessa maneira que se faz um protesto (sim, porque exibir o corpo sem fins comerciais não podchi).

Acontece que entrei num embate com uma pessoa que gosto muito, inclusive, e tive o desprazer de me deparar com o posicionamento que "a mulher tem que se cuidar" porque se não ela vai ficar só com o resto e ela nem pode achar que vai encontrar algo melhor porque nenhum homem quer uma "mulher desleixada". E é assim que a vida funciona, os homens são assim, foi o que ele me disse.

Atenção, é preciso classificar esse "desleixada".

Desleixada é toda mulher que não está nos moldes do corpo de uma Panicat (apesar que eles são modestos, não precisa ser tanto, se não tiver barriga e tiver pernão, bundão e peitão está bom, não precisa ser tããão definida quando uma Panicat). Desleixada é uma mulher que não usa roupas sensuais, poxa, um decotezinho não faz mal a ninguém. Uma roupa bem legal pra te deixar como cara de mulherão, sabe? tipo 'cavala'  e não uma calça jeans e um tênis. Deus os livre das mulheres que usam allstars.

E a maioria dos homens (não todos) é assim e é por isso que a Marcha das Vadias são ainda necessárias, por isso que a mulher ainda tem que sair na rua semi-nua e dizer: esse corpo é meu e não seu, eu não fui criada para o seu prazer.

Porque isso eles deixam e é certo

Isso eles não deixam e é errado 


E não é que em pleno século XXI eu descubro que é uma ousadia a mulher acreditar que não tem a função de um frango no forno para despertar apetites e por fim ser pega e comida?


Não, eu não sou o banquete para os olhos de nenhum homem, não quero ser, eu não preciso ser, eu não tenho que ser.

A beleza tem que ser relativa sim! Nao estou defendendo que a mulher pese 200 quilos, não escove os dentes e nem penteie o cabelo e saia por aí achando que "quem quiser me amar tem que me amar como sou", é preciso se estar bem, gostar de si mesma; padrões sempre existiram, mas é preciso que não se desqualifique, que se inferiorize, eu nem falo em tolerância de "apesar de tudo, vou aceitá-la", porque isso é pouco demais, eu falo de entender que existem vários tipos de pessoas, corpos, cabelos, cores, olhos, estilos e que há beleza em cada tipo deles.

Porque esse moedor de autoestima tem que acabar:


Texto postado anteriormente em Meninas Improváveis


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Nara

Sentadas na sala, tocava o playlist de sempre: a mescla entre Los Hermanos, Raul Seixas e Cazuza.

Dai: - Você não acha uma besteira as pessoas falarem que nasceram na época errada?
Nara: - Como assim?
Dai: - Essa coisa de, por exemplo, ouvir música da década de 80 e achar que deveria ter nascido nessa época? Sei lá, acho que a gente pelo menos nasce na época que tem que nascer. Nascer 20 anos atrasado é síndrome de inglês.


Riem.

Nara- Ah, Dai, acho que é uma questão de pertencimento. Não é que as pessoas acham que seriam mais felizes nascendo em outra época, mas pelo menos acham que partilhariam mais dos valores mais partilhados, entende?
Dai: - Acho que sim.

Ambas tomam o vinho barato que dividiram em copos que eram embalagem de requeijão.

Nara: - Você sabe assoviar? Eu queria saber assoviar a introdução da música Doce Solidão, mas não consigo.

Fala distraída enquanto olha a gradação de roxo que o balançar do vinho faz no copo.

Dai: - Queria tomar uma tequila.

Olha para Nara e diz: Você devia ler Travessuras de uma menina má. Tem a ver com você. "Deve ter a ver com todas nós - gente como a gente", pensa Nara.

Se olham e entendem. Você vai gostar, diz Dai.


Dai: - Lembra daquele cara que te falei? Acho que tô conseguindo parar de pensar nele.
Nara: - Mesmo? Por quê?
Dai: - Porque percebi que estava sendo arrogante.
Nara: - Como arrogante se você sempre se entregou?
Dai: - Eu percebi que sempre aceito o pior e melhor de todos, porque acho que é isso que a gente é: um apanhado de coisas incompatíveis. Daí acho que o erro, o desvio, a incapacidade, tudo faz parte, porque somos falhos mesmo, mas também somos assertivos. E assim que é bonito. Porque por mais que a gente ache que não, o amor é um "amar apesar de".
Nara: - Mas e aí?
Dai: - E aí que eu estava sendo egoísta em achar que tudo bem se a outra pessoa não entendesse isso que eu entendo. Que não soubesse me amar 'apesar de' e 'exatamente por isso'. Um puta egoísmo, não? Não deixar que o outro atinja a maturidade e continue sendo medíocre. Se eu sou capaz de ver o bom das pessoas tenho que ser capaz e 'exigir' que a pessoa que esteja comigo faça o mesmo.
Nara: - Faz sentido.

Tomam outro gole.

Nara:  - Dai, você acha mesmo que ser feliz é uma questão de ser?
Dai: - Acho sim, olha a gente sendo.


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Meu ódio dura pouco, meu amor também

É um certo relapso. Não somente com os outros, que não seria menos grave, mas é um desleixo com si mesma. Se o ruim nunca é ruim o bastante, como o bom pode ser? 

É um tipo de desistência. A indiferença nos torna apáticos, descrentes, desmotivados e melancólicos. 

É um tipo de inércia. Você não troca as flores mortas dos vasos. Não abre a cortina. Não deixa a música ecoar. Não há cheiro de alho fritando no azeite.

É um desastre. Não há mais suspiro. Brilho nos olhos. Hidrante no corpo. Presilha nos cabelos. O amor se foi, até mesmo o próprio.


(ouvindo)

sábado, 31 de março de 2012

Tudo o que vai, pode só ir

Porque é duro aceitar. Sei que a insistência só piora as coisas, mas eu insisto porque quero refazer os passos, saber onde foi mesmo que largamos as mãos e fomos um para cada lado. O duro de relacionamentos não nomeados é que não pode-se discutir. Conversar. Perguntar por que.

Por que?

Assim, você veio, eu disse que estava tudo bem, nada de mais, a gente curtia esse tempo junto e pronto. Mas não. Você quis mais. Quis que fosse intenso, exigiu minha alma, eu dei. Dei porque é de mim tentar, me desvendar, me arriscar. Quanta bobagem. Foi na entrega que te perdi. Quando você dá dois ou três passos a mais do que poderia dar e diz isso, você espera que a outra pessoa faça o mesmo. Quis que você fizesse isso, mas você separava bem as coisas e a minha entrega, mesmo que motivada e apressada por você, não o obrigava a fazer o mesmo. Descompassos que não entendo. Hoje sinto falta do que tínhamos antes, do que tivemos então e sobretudo do que poderíamos ter tido.

Porque é muito duro desistir.

sábado, 17 de março de 2012

Endereço não encontrado

Essa velha mania de passar ao outro o próprio destino. Você está lá, seguindo sua vida, quando de repente pensa: puxa, não seria uma boa ideia entregar a minha vida na mão de outra pessoa?

Não, não seria.

Mas a gente faz e o “entregar-se” só não é mais literal porque não podemos nos mandar embalar, dar um laço e nos mandar por correio.

Ainda não estou certo se o problema é se entregar ou se é se entregar e ao mesmo tempo querer ter controle. A partir do momento que você entrega, o pacote da sua vida está na mão do outro e, pobre ser humano, o que cabe a você é rastrear para ver onde você está indo parar.

E se você não gosta por onde a coisa caminha? Cantarola Cartola: “Disfarça e chora, todo pranto tem hora”. Bom, talvez tenha chegado a hora de chorar, espernear e esgoelar. Grita, ser oprimido, porque você se entregou a alguém e simplesmente você foi parar em destino desconhecido.

 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Além-mar

Odeio seu trabalho. Odeio. Odeio com todas as forças que um ódio direcionado a algo abstrato é capaz. O teu trabalho te rouba de mim. Te rouba de você mesmo e - o que mais me aflige - te rouba de nós.

Nada tão eficaz para impedir o arroubo de uma paixão quanto um ponto. Nada para adiar planos quanto férias de segundo semestre. Nada como a ausência para me ajudar a fugir de você.

Desculpa é remédio que antecipa a cicatrização mas não impede o machucado. Não me venha com seus band-aids, não quero seu assopro, nem seu abraço após a queda. Quero você aqui e agora e se não for pra ser assim, que não seja nada.

Sabe aquela coisa de dar murro em ponta de faca? Então, eu não dou.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O dia em que Pedro foi embora

Conheci Pedro há três ou quatro semanas. Quando o vi, bastei trocar meia dúzia de palavras para medir minhas próprias palavras e tomar cuidado. Eis que eu tinha encontrado um vivo. Um gênio. Se existe um dom que eu admiro em mim mesma é de reconhecer gênios, pessoas acima de média, fora da curva, pessoas que farão a diferença no que quiserem fazer a diferença e é essa a definição de genialidade pra mim: conseguir ser muito significativo naquilo em que você se propor. As pessoas sempre esperam que os gênios descubram a cura para alguma doença ou sejam cientistas de física. Enfim, gênio é o Einstein, muitos acreditam, apesar de não saberem nada de teoria da relatividade e muito menos para que serve. Enfim.

Sei que quando o vi, o cataloguei como um vivo.  E sabia que a vida não cabia nele. Sabia que ele mesmo não cabia em si mesmo. Gente que se transborda. Gente que se expande.

E aí que não conversamos. E aí que não nos tornamos amigos. E aí que nada. Como alguém que descobre outro igual no mundo, ele foi.

E então descubro que ele partiu. Pedro se foi. Perto dos seus 30 anos, ele deixou a todos nós. E daí que me indignei. Que fiquei com raiva. Que chorei. Chorei como não choro em morte de parentes. Colegas, até. Chorei porque me doeu alguém cheio de vida ser estupidamente levado pela morte.

Então pensei que a vida pode ser muito miserável quando quer. É que para deixar a vida como ela é: medíocre, para que persista o equilíbrio da mediocridade a cada 100 zumbis que se vão, um vivo tem que partir. E foi assim que Pedro partiu - ele era esse um.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O cara do número 07


Shopping lotado. Fiz meu pedido e aguardei. Meu pedido era o número 11. Anotei mentalmente: sou o número 11.

Impaciente. Vejo a mocinha com gorro monocromático andar de um lado a outro preparando os pratos. Aperta um botão e no painel aparece: 07.

Fiquei esperando enquanto a luz piscava intermitente, 07..07..07. Ele não vinha. Não podia, é certo, chamar a isso de mistério.

Não.

Conan Doyle não me perdoaria.

No entanto, o caso era curioso.

Onde está o número 07? Talvez caído em algum beco. No fundo de uma loja. Os pedaços cortados e separados em caixas de sapato tamanho especial.

Não.

Exagero.

Nem Tarantino pensaria em tanto sangue.

Ele não veio.

O prato esfriava em cima do balcão.

Não tive curiosidade em ver o pedido. Seria muito mórbido de minha parte ter apetite pelo prato do talvez falecido.

Me contive.

A mocinha do gorro monocromático não se importava. O prato esfriava. Será que ele esqueceu? Talvez, apressado e distraído, tenha feito pedido em outro lugar. Talvez tenha desistido.

Talvez esteja morto mesmo sentado em alguma mesa e ninguém notou. Certamente alguns adolescentes ririam do homem supostamente dormindo na mesa ao lado e seriam percorridos por um sentimento de predestinação quando assistissem o jornal do dia seguinte noticiando o encontro do corpo. Sussuriam para si mesmos: eu como um cheese burger do lado de um morto.

Fosse quem fosse o número 07, sem dúvida era homem. Meia idade. Coisa de feeling: eu sabia que era.

No painel aparece o número 11. Vou. Como e o número 07 não aparece. Saio pensando o que a mulher do gorro monocromático diria se eu voltasse no outro dia e perguntasse sobre o número 07.

- Número 07? Nunca existiu número 07.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Para que a escrita nos salve


Porque escrever está ligado a caráter, até. Não me parece possível que um babaca completo seja um escritor pois há qualquer coisa de digno na escrita. A afirmação é deveras perigosa porque não são poucos os escritores que foram estranhos, esquisitos, fracassados, que deram provas de irremediável falta de caráter. E talvez a ambiguidade resida na própria escrita pois não me parece tampouco que a escrita se eleve a esse grau olímpico. A escrita é, por natureza, marginalizada (o simbolismo foi e sempre será o calcanhar de Aquiles da literatura).


A falta de caráter é uma questão apenas cultural. 
A falta de caráter é apenas cultural?

Ser estranho, esquisito e fracassado pode ser uma questão de prisma. O eterno “segundo quem?”. Seja como for, que se cultive a escrita. As pessoas me parecem melhores quando escrevem.