quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Gente que ama sozinha.

Algumas pessoas aprenderam o que é amor nos filmes. Devem ter assistido “Meu primeiro amor”, “Como se fosse a primeira vez”, “Ghost”, “Antes que o dia termine”, “Um amor para recordar” e por aí vai...tem gente que aprendeu a amar hipoteticamente. Sim, porque os amores de filmes podem existir sim, mas com o orgulho inflado das pessoas atualmente, é beeeem³ mais difícil.

Tem gente que não ama o outro, ama o sentimento. Explico. A pessoa se relaciona com outra que não a trata bem, vive instável, nunca sabe o que quer, faz com que a pessoa chore ¾ do tempo. Mas a pessoa insiste. “Eu amo” é a desculpa da vez. Ama o que? Ama estar amando, isso sim. Não a pessoa. E mesmo que amasse a pessoa, julgar que esse sentimento é suficiente é um dos enganos que tem sido propagado desde sempre. “Havendo amor, é o que basta”. Mentira. Basta não. E o restante? A amizade, o companheirismo, o respeito? A verdade é que sim, esses sentimentos deveriam ser inerentes ao amor, se a pessoa “ama” a outra ela deveria respeitar, ser companheira, mais estável e etc., para mim quando faltam essas coisas nem é amor – o amor é outra coisa. Mas já que a pessoa está considerando esse sentimento que ela tem pela outra pessoa como amor, é claro que esse amor não basta para o relacionamento. Não basta para, pelo menos, não ser infeliz. Tem pessoas que gostam do fato de ter alguém “pra chamar de seu”. Mas se você não tem controle sobre si mesmo, como pensar que tem o outro? Se o amor não é suficiente para ficar bem, ele deveria ser suficiente para ao menos, dizer adeus.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Virou texto

Lembranças não me atormentam. Guardo de nós dois as boas lembranças que tivemos. E se elas não me fazem voltar à você, tampouco se tornam peso. As lembranças são tão suaves como o amor que tivemos. Tão leves como já fomos um ao outro.

O ursinho marrom continua sobre a prateleira. A caneca guardada, o rádio, a Kombi que é caixa de som. O perfume e o hidratante estão sobre a penteadeira. A calcinha branca da Lupo que você me deu ainda está em minha gaveta. Agendas, livros, a sandália branca com o fundo de oncinha improvável. O vestido verde, seu preferido, uso como pijama agora.

Lembranças de quando andei em cima dos seus pés. De quando viajei 100 km a noite e me perdi, só por saudade. De quando vibrei de alegria ao ganhar uma laranja e um alfajor.

Metade do meu notebook é seu. Meu relógio. Celular. O cofrinho de leão. O brinco do meu segundo furo na orelha. As alianças guardadas na caixinha, que estão com você. O livro do Pasquim, que pretendo um dia terminar de ler, está abraçado pelos outros tantos em minha estante. Os cd’s que gravou pra mim, especialmente aquele com nossas fotos impressas nele estão em meu porta-cd, esse objeto tão arcaico quanto uma máquina de escrever, me parece. Meus discos de vinil ainda estão em sua casa. O meu medo por montanhas-russas é culpa sua.

E o meu amor continua aqui, junto com as lembranças, junto com o bem querer. Nosso amor não cabe em uma mala, muito menos os momentos bons. E mesmo que coubessem, para mim, ela, a mala, teria o peso de uma pequena valise, porque o amor tem que ser assim: leve.

Obs.:



A seta e o Alvo - Paulinho Moska