quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Enlouqueça junto com Cisne Negro

Se você nunca entendeu bem o que significa catarse, vá assistir o filme Cisne Negro (Black Swan, 2010).

Um dos melhores filmes que assisti, um filme denso, inquietante, lascivo. Um filme que te prende a respiração por toda uma cena. Um filmão.

A protagonista Nina (Natalie Portman) é uma bailarina que tenta finalmente decolar em sua carreira, e para isso deseja ser a bailarina principal de O lago dos cisnes, que exige que ela interprete o papel de irmãs gêmeas, uma boa e outra má, que por causa de um feitiço são “aprisionadas” em formas de cisnes – O cisne negro e O cisne branco.

O filme tem a seu favor a trilha. Nada mais propício para condensar as angústias e sutilezas humanas que a música clássica. E somos levados por toda a trama como se nós mesmos fôssemos a Nina, como se nós mesmos dependêssemos dela.

Nina é perfeita para o Cisne Branco, é doce, dedicada, pura. Mas para ter o papel, para desempenhá-lo com perfeição, que é seu objetivo, ela precisa ser o Cisne Negro, uma sedutora, forte, destemida e livre (e destrutiva).

Ela terá que se enfrentar.

Tantos opostos, antônimos, contrários, divergentes. O filme é sempre um reflexo de si mesmo.

Desafio a você, leitor, que depois de assistir ao filme me diga com toda a certeza quem é o  antagonista nessa estória. É de fato, um desafio.

Na realidade, é delicado traçar o que é real e o que é delírio, é pelos olhos de Nina que vemos o seu mundo. É com ela que perdemos, nós também, o juízo. É difícil sair do filme e não evitar um espelho com medo do que nele seja refletido.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eu pitaco mesmo!

Um monte de coisas acontecendo mundo a fora e a gente não pode deixar de comentar, não é? Pensando nisso, a Ana B. criou o blog Manchete de Ontem.

Lá 14 blogueiros escreverão sobre fatos que viraram notícia, seja de ontem mesmo, seja há 30 anos.

Pois bem, hoje é minha primeira participação que será quinzenal. Às sextas-feiras.

Dê um pulinho lá, hoje eu falo sobre osso, mar vermelho, Sarney e suas safadezas e Egito.

Clique aqui.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pelo direito de ser feio.


Esses dias li um texto, e não consigo achar onde foi, em que o autor argumentava que quando ele era mais novo as pessoas morriam por fatalidade, acidente, idade..., enfim, morriam, mas que hoje em dia as pessoas morrem por incompetência. Ele argumentava, ironicamente, que hoje não se morre simplesmente, se morre porque comeu demais, bebeu demais, fumou, comeu gordura trans, não fez exercício, jogou sacola plástica na rua, enfim, não teve aquela vida saudável que as pessoas hoje em dia apregoam que todo o mundo deve ter.

Desculpe dizer, mas se você não morrer com pelo menos 132 anos, você é um fracassado.

Essa “filosofia” ridícula que anda sendo disseminada, a dos super-homens e super-mulheres, afeta outras áreas. Você e eu não temos mais o direito de sermos feios.

Ow! Eu quero minha liberdade de volta. Antigamente as pessoas eram feias, tinham os dentes tortos, uma barriguinha saliente e ok, tudo bem. O tempo e o azar chegam para todos. Mas atualmente não é mais assim. Você não pode simplesmente pegar sua cara desprivilegiada e sair pela rua com uma blusa brega. Além de feio você será considerado desleixado. Toda pessoa que não se encaixar no padrão de beleza de uma minoria photoshopada é excluída.

Eu quero ser feio, e daí? Posso?

Não, não pode – grita a sociedade hipócrita, que se aperta dentro de uma cinta, um sutiã de bojo com bolha e se esconde atrás do pancake.

Quantas vezes eu ouço que determinado bar, restaurante é muito bom – só tem gente bonita?

E por acaso eu estou indo lá para comer e beber as pessoas? Bonitas segundo quem? A Playboy? A Você S/A? O fato é que somos humanos, feiozinhos e desengonçados. E sobretudo, a grande maioria: pobres.

A liberdade de ser feio foi excluída porque há muitos recursos hoje, é o que dizem. Que vá fazer plástica, lifting, drenagem, academia, dieta, tome remédio, escovas progressivas/inteligentes/docesefrutas, que nasça de novo, se preciso for.

Agora me digam aí, rainhas e reis da beleza, com que dinheiro? Com os R$ 560,00 que as pessoas se rebolam para sobreviver?

Eu conheço pessoas lindas, inteligentes, divertidas e tudo o mais. Um pacotão completo, sabe? E conheço outras que não são tão bonitas mas a inteligência delas é afrodisíaca. Conheço pessoas que são divertidas e espertas e – meu Deus, apesar daquele nariz, eu o quero pra mim.

É preciso rever valores, realidades, preconceitos. A mídia bombardeia um padrão de beleza que não é nosso. Que não é o natural, o palpável, o atingível. Eu não vejo muitas propagandas dizendo por aí que você tem que procurar se interar mais sobre assuntos variados e ser uma pessoa mais leve, divertida. E isso sim é possível.

Eu não sou a Angelina Jolie. Me faltam uns 20 cm de altura, quilos a menos, boca a mais, cor do olho, centímetros de cabelos a mais – me falta ser quem eu não sou.

Eu quero poder ser normal, se isso for ser feio, que seja. Eu não sou feita de fibra e plástico.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dívidas, para que te quero?


Alguém me fala quem inventou o bendito “clima natalino” que eu quero dar um soco na cara.

Ahhh, estou brincando, eu nem tenho esses instintos agressivos, mas que eu queria ter um conversinha muito séria com quem ligou as palavras natal-presente, isso eu queria.

Depois que o fim de ano passa, a gente encara pelo menos três meses de ressaca – e o pior, é ressaca financeira.

Estou quase fazendo um bazar para superá-la e é sobre isso (as contas e não o bazar), que eu escrevo lá no Meninas Improváveis.

Clique aqui e vá para lá.


Obs.: Se você ficar com dó, eu passo uma conta MINHA para depósitos ^^