quarta-feira, 30 de março de 2011

Atitude: substantivo feminino

Quando a gente assiste a um filme biográfico é possível perceber como pequenas coisas podem fazer a diferença. Essa semana no Meninas Improváveis estamos falando sobre mulheres que foram além do que disseram ou acreditavam que elas podiam ir. Já falamos de Erin Brockovich, Indira Gandhi, e Rosa Parks. Hoje nós falaremos de alguém que está fazendo história também. Talvez não saia em jornais. Talvez não façam nenhum filme sobre ela. Mas ela está fazendo o que acha correto, apesar das consequências, ou talvez por causa delas. A história dela é semelhante a de centenas de brasileiras, e é justamente por isso que é importa.

 

Hoje a Atitude: substantivo feminino está no Meninas Improváveis. Clique aqui e vá para lá.

terça-feira, 22 de março de 2011

Namorada espanca namorado

Eu já falei pra ela que o meu coração
É aventureiro, gosta de emoção
Liga no meu celular falando um monte de palavrão
Pergunta onde estou e diz que quer saber
Ai de mim se eu não responder
Diz que se me achar vai me quebrar, vai me moer

Ela me pega de um jeito que me deixa louco
É cada tapa, é cada soco

Mas eu sou sem-vergonha
E ela é violenta
Quanto mais me bate, meu amor aumenta
Eu sigo enlouquecendo, sempre apanhando
Meu amor está crescendo, aumentando
 “



Essa belezinha de texto aí é de uma música (cof cof cof) interpretada pela dupla sertaneja Hugo Pena e Gabriel. Não sei se é de autoria deles, mas pra mim não faz diferença porque quero comentar a letra.

Alguém pode me explicar como isso pode fazer sucesso? A mulher liga pro cara xingando, chega em casa, mete a mão nele, e quando mais ela bate, mais ele se apaixona.

Não quero entrar no mérito que é um homem apanhando. Afirmar que apanha e quanto mais apanha mais gosta é vergonhoso e ponto. Tanto faz o sexo do agredido.

Eu sei que há músicas que são feitas apenas para relaxar. Ninguém quer ouvir 24 horas por dia Belchior ou qualquer coisa do gênero. Mas não há absolutamente nada que me convença que uma música dessa é necessária. Não, não há individualidade. Se há quem goste de apanhar por ciúmes, sinto muito, essa pessoa tem os valores muito, mas muito³, distorcidos.

A violência é algo tão covarde, humilhante, digno de reprovação, que eu não vejo como uma música pode celebrar isso. Muito menos como pessoas aprovam isso. Se fosse um funk ou um rap seria um absurdo, mas como é sertanejo universitário, tudo bem.

Precisamos rever conceitos, os de quem ouve, os de quem faz as letras e das rádios, que tocam isso por aí como se você normalzinho.

Se você quando lê o título do post não acha bonito, por que na letra acharia?