sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Bethânia

Ê, Bethânia, eu sei que só te procuro quando preciso, a gente não tem uma relação despretensiosa, não nos encontramos quando tá tudo bem, quando as coisas estão fluindo e o riso aparece fácil. Não.

É só quando anoitece em lua nova o peito e sinto que os olhos vão anuviar que te procuro. Que a memória resgata teu nome entre os escombros das expectativas não cumpridas e sussurra em seu chamado.

E você vem, vem e me olha com esse sorriso na cara de quem já entendeu tudo e não precisa de explicação e inunda tudo com a sua voz e me desafoga desse momento.

             

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Alta


Achei que o fato de não ter escolhido uma faculdade na área de saúde teria dado a dica de que não gosto de hospitais. Não deu.
Se eu gostasse dessa frieza, desse branco sem graça ou a falta de música, eu teria feito enfermagem. Ou medicina. Medicina não porque eu não passaria no vestibular e nem teria dinheiro para pagar.


- Senhor?

A enfermeira me olha.

- Não tenho dinheiro para pagar. Deus do céu! Sabe quantos pacotes da CVC eu poderia pagar com essa grana que o hospital está me cobrando? Dava para ir de cruzeiro pra Veneza, Grécia e Turquia; comer pratos exóticos e ainda voltar apaixonado e marcar que estou de relacionamento sério e que o amor é tudo nessa vida.

A atendente me olhou com cara de indiferença e eu já ia dar um show quando me lembrei que quem ia pagar era tia Judith e se não gastasse com isso, não seria com o meu cruzeiro também.

Até para sofrer a gente tem que pagar. Já pensou que o hospital é a balada da desgraça? Você fica um tempo, bebe um pouco da dor e fica à mercê dos médicos e enfermeiros, que são os garçons, daí Deus, que é uma espécie de bafômetro, decide quando você já bebeu demais e te manda pra casa. A dele ou a sua.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Para 2014

Finalmente, o novo ano.
Particularmente, adoro a mudança de novo porque ela me faz pensar que a gente pode recomeçar, pegar um caminho diferente, zerar a coisa toda.

Eu gosto de mudanças. Gosto de PODER mudar. Estou com muita expectativa para esse ano, não sobre coisas que posso ter, mas sim sobre como posso SER melhor do que venho sendo, mais ampla, mais leve, mais feliz. Sobre como posso ter mais sentido na minha vida e fazer com que vidas ao meu redor tenham mais sentido também. Como posso esperar mais de mim mesma.

O excesso tem me afogado - em vários sentidos. A gente fica submersa sob uma infinidade de coisas inúteis e sem sentido. Quero conseguir balancear o que espero de mim mesma com o que os outros esperam de mim.


Tem tanta coisa a mudar, tantas sobras para tirar e mal posso esperar. Que a gente tenha força e persistência para fazer um ano diferente.

O que desejo a todos as pessoas é que esperem mais de si mesmas.
Que 2014 seja um ano de muitas surpresas boas.

Trilha sonora do momento (clique na imagem para ouvir)