Shopping lotado. Fiz meu pedido e aguardei. Meu pedido era o número 11.
Anotei mentalmente: sou o número 11.
Impaciente. Vejo a mocinha com gorro monocromático andar de um lado a
outro preparando os pratos. Aperta um botão e no painel aparece: 07.
Fiquei esperando enquanto a luz piscava intermitente, 07..07..07. Ele não
vinha. Não podia, é certo, chamar a isso de mistério.
Não.
Conan Doyle não me perdoaria.
No entanto, o caso era curioso.
Onde está o número 07? Talvez caído em algum beco. No fundo de uma loja. Os pedaços cortados e separados em caixas de sapato tamanho especial.
Não.
Exagero.
Nem Tarantino pensaria em tanto sangue.
Ele não veio.
O prato esfriava em cima do balcão.
Não tive curiosidade em ver o pedido. Seria muito mórbido de minha parte ter apetite pelo prato do talvez falecido.
Me contive.
A mocinha do gorro monocromático não se importava. O prato esfriava. Será que ele esqueceu? Talvez, apressado e distraído, tenha feito pedido em outro lugar. Talvez tenha desistido.
Talvez esteja morto mesmo sentado em alguma mesa e ninguém notou. Certamente alguns adolescentes ririam do homem supostamente dormindo na mesa ao lado e seriam percorridos por um sentimento de predestinação quando assistissem o jornal do dia seguinte noticiando o encontro do corpo. Sussuriam para si mesmos: eu como um cheese burger do lado de um morto.
Fosse quem fosse o número 07, sem dúvida era homem. Meia idade. Coisa de feeling: eu sabia que era.
No painel aparece o número 11. Vou. Como e o número 07 não aparece. Saio pensando o que a mulher do gorro monocromático diria se eu voltasse no outro dia e perguntasse sobre o número 07.
Não.
Conan Doyle não me perdoaria.
No entanto, o caso era curioso.
Onde está o número 07? Talvez caído em algum beco. No fundo de uma loja. Os pedaços cortados e separados em caixas de sapato tamanho especial.
Não.
Exagero.
Nem Tarantino pensaria em tanto sangue.
Ele não veio.
O prato esfriava em cima do balcão.
Não tive curiosidade em ver o pedido. Seria muito mórbido de minha parte ter apetite pelo prato do talvez falecido.
Me contive.
A mocinha do gorro monocromático não se importava. O prato esfriava. Será que ele esqueceu? Talvez, apressado e distraído, tenha feito pedido em outro lugar. Talvez tenha desistido.
Talvez esteja morto mesmo sentado em alguma mesa e ninguém notou. Certamente alguns adolescentes ririam do homem supostamente dormindo na mesa ao lado e seriam percorridos por um sentimento de predestinação quando assistissem o jornal do dia seguinte noticiando o encontro do corpo. Sussuriam para si mesmos: eu como um cheese burger do lado de um morto.
Fosse quem fosse o número 07, sem dúvida era homem. Meia idade. Coisa de feeling: eu sabia que era.
No painel aparece o número 11. Vou. Como e o número 07 não aparece. Saio pensando o que a mulher do gorro monocromático diria se eu voltasse no outro dia e perguntasse sobre o número 07.
- Número 07? Nunca existiu número 07.