quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Já te falei como gosto de um texto bem escrito?

Como eu gosto de um texto bem escrito. Na hora, vou lendo e vou vendo alguém falando, depois, continuando a leitura, se é bem escrito de verdade, fico imaginando algum ator bonzão lendo, fazendo um monólogo tipo seriado na GNT. Quando é voz masculina, imagino o Selton Mello interpretando, daí se o personagem não cai tão bem, eu vou trocando e, na minha cabeça, enquanto eu vou lendo, vou fazendo um teste de ator pro texto.

O Selton Mello rindo de mim - por dentro.
Pensei nisso enquanto estava lendo um texto de um tal de Gian Lucca (ô, Gian, prazerão te conhecer) falando sobre casamento e tal e me peguei fazendo isso. Isso, essa coisa de imaginar o cara - no caso o Gian -, falando, e depois fiquei trocando os atores conhecidos tentando ver qual ia falar melhor.

Isso acontece sempre comigo. A última vez, antes desse texto do Gian, foi quando li o livro Fim, da Fernanda Torres. Puta livro. Comecei a ler e imaginei ela fazendo um monólogo engraçado, como se fosse a Fátima do Tapas e Beijos me contando a história. Desculpa, mas não vou usar estória não, aliás, ainda se usa fazer essa diferença? Mas enfim, como se fosse a Fátima, né? Só que a história é muito boa e daí eu já começo a criar a personagem e ela passa a me contar a história e eu consigo visualizar a coisa toda certinha e daí já não estou mais lendo filme e sim assistindo algum seriado curto daqueles que a Globo costuma fazer em janeiro. Bom, a verdade é que eu gostei muito do primeiro capítulo e não tanto dos outros, mas ainda classifico como puta livro. Como tinha dito antes. Esse antes é redundante, se for ver, por se eu tinha, só por ser antes.

Outra coisa interessante, e aqui eu presumo que ficar testando atores na minha cabeça pro texto que to lendo seja interessante, é perceber como só pensamos nas palavras quando a gente está escrevendo. Tipo. Escrevi prazerão ali em cima porque o chrome me corrigiu, se não eu ia escrever prazerzão. Sei lá. Soa falso esse prazerão e tenho certeza que to tendo menos prazer com ele do que com o prazerzão.

Eu não sei se você é assim. É? De ficar criando personagem e depois arranjando um ator pra ele e também de ficar pensando que tem hora, e são muitas, que a língua oral dá um banho na escrita. Vai ver você não pensa nada disso e taí balançando a cabeça em negativa. Se perguntando porque leu até aqui. Espero que não. Quer dizer, qualquer coisa você escreve aí no comentário: Dai, para de falar merda. Eu não prometo que vou parar de falar. Na boa, já vou avisar que não vou, mas pelo menos eu posso ficar pensativa, lembrando, nossa, o arroba joao ferraz disse que to falando merda, melhor ficar mais crítica e menos vendo pessoas fazendo monólogo na minha mente.