sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Colhendo

A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.
Mark Twain

Fico pensando como não notamos como construímos nossa vida passo a passo. Às vezes penso que é por causa da nossa educação, que separa tudo em matérias, frentes. A matemática é uma coisa, a física outra, redação outra e literatura outra coisa muito mais diferente ainda. Nos ensinam a ‘regra de três’ e noção de dimensão se perde, e mais, não conseguimos enxergar como aquela matéria afeta nossa vida.

E continuamos com essa fragmentação na nossa vida extra-escolar. Nossa vida cai numa rotina que faz com que muitas vezes não percebamos que as coisas têm uma consequência: ação e reação, lembra? Não temos aquela impressão, como nos livros, que aquele cinco minutos que saímos atrasados de casa pode ter mudado a história da nossa vida. Que aquele texto que deixou de ler será justamente o que cairá na prova. Que sua mãe ter dado um fora naquele dentucinho vesgo foi o motivo de você ter o pai que tem, até de existir, talvez. Vai saber. Mas a rotina, se não bastasse todos os males que ela já traz (alguns benefícios também, a rotina também é necessária), ela ainda gera isso: a sensação que suas atitudes, por não serem uma granada explodindo, não vão gerar nada. Que por não agirmos ativamente não existe ação. Mas a questão é que até na passividade agimos e é na desatenção da passividade que talvez as coisas mais ruins acontecem. Na passividade somos fantoches.

Hoje eu faço um balanço de algumas atitudes que tomei e vejo que mesmo quando “não tomei” coisas foram decididas, e hoje sofro – literalmente – a consequência.

“O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído” – nem sempre, o caminhão da responsabilidade pode te atropelar.

4 comentários:

Nara disse...

Ai Dai, a vida se decide de qualquer jeito, né? A gente querendo ou não...
Isso me assusta.

Beijo,
Nara

saudade do cê!!!

Eraldo Paulino disse...

Eu tinha esquecido o quão és densa, cara Dai. Saudades daqui.

Eu não acredito em destino, nem em castigos vindos do além, mas acredito que tudo na nossa vida é causa e consequência, de certa forma.

Bjs!

disse...

É, vc tem toda razão, aliás eu trabalho com isso rs mas sabe, pense tbm nas coisas que aconteceram por ter dado tudo errado, coisas legais que vc teria perdido se tudo tivesse dado certo! Bjoooooo

Alline disse...

Dai, eu me sinto responsável por tudo que faço e deixo de fazer. Mas às vezes isso pesa um bocado, né?

Aos pouco tô voltando, viu?

Beeeeeeeijo!