terça-feira, 22 de setembro de 2009

A margem.

Era outra e não esta que se vê.
Esta que nos muros se encosta como apoio.
Era outra.
Era aquela que nos textos era espaço.
Era outra.
Que mudança é esta que já não posso apalpar?
Não quero a outra.
Mas como dizer outra
se não posso dizer com exatidão onde está a margem do rio que fui?
Quero esta.
Amo antes a tela do que a imagem que nela é produzida.
Amo antes a tela do que o que nela possa se pintar.
Sou tinta.


Maya Andrade

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