O que eu acredito em relação à vida é que dá pra fazer mais e
melhor. Quando era criança lia biografias, ou mesmo ficção e me inspirava na
vida daquelas pessoas, "se elas conseguem, eu também posso conseguir", era o que eu pensava. E esse
conseguir sempre foi no sentindo de que se as pessoas aprendem, se elas
conseguem ser pessoas mais completas: felizes, inteligente, engraçadas, etc, eu
também posso ser, porque nada me distingue dessas outras pessoas (biologicamente
falando).

Esse considerar-se igual para buscar aprender mais, também
serviu para entender as dificuldades e fraquezas das outras pessoas, é saber
que eu poderia estar passando por aquilo que a outra pessoa está passando, e,
ao se por no lugar dela, procurar soluções e não julgamentos.
Esse princípio de alteridade não está pautado na falta de
senso crítico ou no "aceitar qualquer coisa", mas sim no embate que
traz a reflexão e que, quase sempre, chega a conclusão que as diferenças estão
embasadas nas visões de mundo e cultura. Contrastar para se identificar e não
contrastar para se afastar.
Vejo que isso é possível. Existem milhares de pessoas
inspirando outras, gerando a reflexão, o debate, ecoando esse discurso de
"poderia ser você, e agora, o que vai fazer?", o sentindo na [minha]
vida é fazer parte desse grupo que inspira pra mudar.

E por quê a empatia através da experiência? Porque só
através da vivência que alguém pode se aproximar do outro. Falar da "fome
na África" é algo muito distante, mas
se eu conseguir trazer esse discurso para perto, traçar relações, estabelecer
provocações que despertem as pessoas da rotina e vejam que há muita coisa fora
do dia-a-dia que ela vive, talvez eu (nós) consiga provocar mudanças.