segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Besouro e o dragão.

Não pode-se tirar um mérito do filme Besouro: o de ser uma coisa difícil de se classificar. É um filme que tem todas as características que um filme bom tem:








Trilha: ok

Efeitos especiais: ok

Enredo: ok

Atores: ok (mas leia-se um ok trêmulo)





Enfim, o que mais quiser se acrescentar, no entanto:





Todas as características juntas? N/A





A trilha sonora, mas ainda me questiono sobre isso, foi estranha. Tá, foi Gil, tá… foi Nação Zumbi, mas senti um Q de rock que estava muito ao gosto norte-americano, que para o filme, tão brasileiro, não caiu bem.

As coisas em si, não foram bem casadas. Os efeitos especiais, tão aclamados, pesaram, caíram no excesso. Enfim, começarei do início. A história do Besouro merece (e já o é) um mito e foi para essa construção que o filme se propôs. O resgate do candomblé nas figuras dos orixás, se entrelaçou com o enredo de uma maneira maravilhosa. A cena mais bonita do filme é quando o Besouro olha para um sapo e vira o próprio sapo, faz um mergulho-iniciação, em uma construção perfeita da significado, que se dá pela imagem, recurso máximo do cinema.

Foi lindo.

No entanto, o voo do Besouro, uma metáfora de tanta coisa, podia ter sido trabalhada de outra forma. Senti falta de mais rodas de capoeiras, de mais passos, da dança e da luta, se era pra explorar alguma coisa que se explorasse àquilo que a Capoeira tem a oferecer e não O tigre e o Dragão, animais que nem existem no Brasil.

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