quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

2011 - Go!


Já estamos próximos ao fim de janeiro, quase não há mais resquícios de “Ano Novo”, o ano ainda está novo mas parece velho demais.

Mas eu, às vezes, sou lerda. Só agora fui começar a organizar, só ontem fiz a temível faxina de início de ano, e apenas hoje caminharei confiante e decidida para o meu quarto e tirarei de lá mais ou menos 3 toneladas e meia de coisa inúteis.
Roupas que nunca mais me servirão e se servirem eu é que não vou querer usá-las porque afinal, merecerei roupas novas. Milhões de papeizinhos de rascunhos que não mais me interessam. Vidros de perfumes/hidratantes que estão vencidos, seja por suas datas de fabricação seja por minha não vontade  de usá-los. Calçados que não mais acompanharão meus passos. Lápis de cor, papéis, canetas, tudo acumulado desde a minha primeira série. Mochilas também acumuladas desde a minha primeira série. Bolsas que ainda guardo achando que haverá o momento em que direi: sim, hoje irei com essa!, mas não, não irei, porque sempre uso a mesma.

Relógios parados, quebrados – obsoletos.

Sacolas de coisas que já foram separadas para dar embora. Trecos e mais trecos. Por que guardei tudo isso?

Irei para a minha mesa e tirarei de lá os 5 livros que separei para ler e não li – voltarão para minha estante de livros, com os seus pares. Folhetos de propagandas, sacos de pipoca de cinema que são recarregáveis, mas eu jamais lembrarei de levar comigo em minhas idas ao cinema. Minha suculenta (em homenagem ao Ivan) que não vingou, morreu e ainda está lá no vaso, no meio das minhas bagunças. Carregadores de celular, notebook, cabos USB, extensão, tomadas, tudo isso, tirarei de lá. 

Será uma organização externa. Primeiro passo. Tão necessária e tão preguiçosamente adiada por meses. Além da faxina externa, que representa uma faxina interna, também fiz uma lista de objetivos para esse ano e sobre essa lista eu falo aqui no Meninas Improváveis.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não!

Não, não sou Amélia. Não sou Hebe, não sou Gretchen, nem Glória Kalil, nem Victória Beckham. Não, não sou nenhuma outra, nem sombra de ninguém. Sou eco de muitas vozes femininas  (e masculinas também), mas o eco ilusoriamente reproduz, ele sempre ecoa de novo o novo de novo.

Não sou fruta alguma, dispenso melancias, peras e maças, já não sou a mulher objeto, sou a mulher sujeito que tem flexibilidade o bastante para mudar, não só a oração, mas a reza, a liturgia, o conto e o vigário.  Estou pronta a ser núcleo, complemento e até passiva - agente da passiva, claro.

Não, não gosto de mimimis. Não gosto de barganha. Não gosto de usar o decote como argumento. Gosto menos ainda de usar o choro como argumento. O melhor de mim encontra-se do pescoço pra cima (graças!!!), e, exatamente por isso, gosto de dar ao melhor de mim um bom suporte. Não sou conivente com o desleixo.

Não suporto homens fracos, molengas, descuidados, falastrões, canastrões. Não, não me faz falta. Não preciso de ninguém pra me completar: estou cheia até a tampa. Quero alguém que me transborde, isso sim. Mulheres rasas, carentes³²²³ e à espera de príncipes me irritam, mas torço para que encontrem, cada uma tem o tédio que merece.

As pessoas mudam. Eu mudo, tu mudas, e se regadas, florescemos. Mudanças não devem ser feitas por medo de perder ou insegurança, mudanças devem ser feitas por causa da mudança de clima, só.
Não, não serei reconhecida pelo que levei os outros a fazerem, nem pelo que fui levada a fazer por causa dos outros. Quero ser reconhecida pelo que fiz - apesar de.

Texto publicado em 22 de setembro no blog Meninas Improváveis, aqui.