segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A vida e o pisca-alerta

A vida é como o trânsito. Existem regras para o bom funcionamento, regras para que tudo flua tranquilamente, sem engarrafamentos, sem acidentes.

Às vezes, as regras são estúpidas. A sinalização não é clara. Daí você pode simplesmente fazer o que quer e correr o risco de ser multado ou cair numa ladeira e entender o porquê da placa “proibido seguir em frente”.

Mas a metáfora vida/trânsito não é perfeita. Não existe na vida nenhum dispositivo de “pisca-alerta”. Já perceberam como o pisca-alerta valida quase tudo?  Você pára onde não pode – liga o pisca-alerta. Você quer andar a 10 km/h, se ligar o pisca-alerta, as pessoas vão achar que está tendo problemas e dificilmente vão buzinar e xingar, apesar de se irritarem muito. Se seu carro resolver fazer birra e parar no meio da Avenida Paulista em São Paulo, a maioria das pessoas irá te perdoar e algumas ficarão até com vergonha  por você.

A vida não é assim. Você não pode jogar tudo para o alto e ligar o pisca-alerta. Se alguma coisa não está indo bem não tem como você ligar o seu pisca-alerta e esperar até saber exatamente o que fazer. Não pode. E outra, quando você não está bem dificilmente poderá sinalizar isso. O jeito é seguir em frente mesmo com os pneus murchos e o motor pifando.

A vida podia ter seu pisca-alerta. Todo mundo deveria ter seu momento "café com leite": "Deixa ele, ele tá com problemas, não vê que o pisca-alerta está ligado?"