A ovelha que baliu ou Eu sou uma ovelha e meu nome é Sucks
Tem gente que gosta de seguir, segue normas, regras, tendências, placas, a/o mulher/homem que corneia, blogs e twitts. Tem gente que segue e ponto. Tem gente que é UM SEGUIDOR (qualquer semelhança com alguma propaganda é mero acaso).
Veja bem, não acho que ser um seguidor seja um problema, afinal, não é qualquer reles mortal que será O seguido. Eu, por exemplo, sou seguidora, também. O patamar de Seguido é para alguns poucos que não seguem a trilha, mas abrem a trilha em meio a mata fechada da ignorância e previsibilidade. Seguidos é uma espécie que se camufla muito bem e é apenas com atenção que você o distingue. Quero dizer, às vezes. Porque você não precisa de maior atenção para distingui-lo entre uma espécie detestável: os seguidores-ovelha.
Os seguidores-ovelha são facilmente detectados, é só perguntar a eles algo sobre política que usarão como pausa de frase a expressão “a culpa é do capitalismo selvagem”, talvez com algumas pequenas variações como: “a culpa é do imperialismo selvagem” e, dependendo da região, terminarão com “a culpa é do capitalismo selvagem de méérrrda”, ou “a culpa é do capitalismo selvagem, daí”, ou “a culpa é do capitalismo selvagem, porra” e por aí vai.
Uma distição entre essa espécie é o gosto musical, eles se dividem em três grupos igualmente chatos que não aceitam influência [musical] de outro grupo. As três distinções são:
- Seguidor-ovelha: ouço Belchior;
- Seguidor-ovelha: ouço Belo (e vez em quando eles pintam a lãzinha do topo da cabeça para se identificarem mais com o estilo ‘musical’);
- Seguidor-ovelha: ouço sertenejo-universitário.
O nocividade destes três grupos é que eles não aceitam outro estilo de música, considerando uma ovelha desgarrada quem ouça outra coisa.
Os seguidores-ovelha sempre existiram, dizem que foi fundado por Adão quando comeu a fruta e disse todo afetado: a culpa é dessa Eva que o Senhor me deu, incompetente!
Mas agora a coisa tem se agravado, se não bastasse eles se reunirem em rituais fechados, cantando respectivamente: "Como nossos pais", "Reinventar" e "Chora, me liga", agora eles criam blogs. A parte boa é que eles dificilmente falam de músicas, política e qualquer coisa assim, na verdade, eles não dão muito a opinião sobre nada, quer dizer, falam sobre tudo mas não dão opinião sobre quase nada. Quando criam blog eles se reúnem novamente sob o bloco único “Seguidores-ovelha” e adotam o mesmo cunho para textos: o autoajuda – eu.sofro.mas.te.ajudo.
São textos que contam bastante sobre a vida 'particular' deles, como eles andam sofrendo com o descaso da pessoa amada, como a confiança deles foi traída por alguém amado ou como eles têm confiança em ainda encontrar a pessoa amada (e detalhe, acreditam em príncipe/princesa). Às vezes se arriscam em certos amontoado de versos a que denominam poesia, você facilmente reconhece pela recorrência de rimas com –ar e –er.
A situação só não virou calamidade pública porque são bichos inofensivos. Dado a previsibilidade característica, já foram mapeados os comportamentos e possíveis formas de abordagens. Um método simples de identificar é que esses seguidores-ovelha não leem textos com mais de 15 linhas. Outra forma para se prevenir desses seres é criar um e-mail e passar para a pessoa, se ela lotar sua caixa de e-mails com títulos similares a: "Para começar bem seu dia", "Assista e veja a vida bela", "Olhe as estrelas e agradeça"..., cuidado, você acabou de ser abordada por um seguidor-ovelha.
Com sorte (ou não) você talvez leia sobre o tema nestes blogs:
Geny Fiorella
Quero ser vermelho!!
No Lipstick
Brunacelia.com
Pensamentos diretos
Lugar de Maria
Carolina Motta - Marketing & Design
Vou de Scarpin