Enlaçava os braços ao redor dele. Os cabelos muito pretos, lisos, escorriam pelo peito. Estava olhando o teto e se lembrando da última parte que leu do livro Travessuras da menina má. Olhou pra ele e ele também olhava o teto. Esse era um momento que poderia definir com exatidão a concepção que ela tinha sobre languidez. Brincava com os pelos do peito dele, alguns ruivos. A boca doía um pouco por causa das mordidas sofridas. O cheiro dele ainda em sua mão. Pensava muito sobre nada. A cabeça ocupada por um esvaziamento, se é que o vazio ocupa alguma coisa. Certamente, a física quântica diria que sim. Enfim, nada interessava. Aconchegou novamente a cabeça no peito dele. Automaticamente ele começou a passar a mão em seus cabelos, levantava e depois deixava que o próprio peso os fizesse cair. Mordeu o ombro de leve. Dormiram sem perceber. Ela acordaria ainda tendo o cheiro do corpo dele em sua mão.
Música: Dr. Feelgood - Aretha Franklin (recomenda-se ler ouvindo a música)
7 comentários:
Lindo.
Lembra daquilo que falamos sobre se reconhecer nas palavras do outro: Aconteceu.
:)
Que linda você, Carol
*-*
uiuiui
rs... e ainda assim, não é um caso de amor. Eu sei bem.
É, o amor não é isso, mas tem hora que confunde, haha.
O vazio ocupa espaço sim, e ocupa de forma densa e pesada. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo da "qualidade" do vazio...
Não, eu não fumei nada hoje. ;)
Beijo.
* Passei naquele post antigo.
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